quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Dia furta-cor





O céu claro que se anuncia
é apenas uma amostra
da felicidade pairando no ar.
E assim começo o meu dia,
Tudo colorido, tudo azul
tudo certo, tudo rosé
tudo aqui, tudo agora.
Nem escrever consigo,
nesse tempo que me resta.
Quero gozar dessa alegria,
dessa coisa que irradia,
que se transmuta riso,
em calma, em paz,
em respiro mais suave.
No tempo que me resta
não desejo mais nada
que não seja você
e sua adorável companhia.


Imagem: foto de um dia em Santa Tereza, azul rosa, furta-cor.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Interlúdio



As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.

Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.

Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.

Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.

Fico ao teu lado.

Cecília Meireles

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Quer vinho, vem



Um amigo meu adora a frase "Só o vinho é real".
Eu sempre achei graça.
Hoje entendi.
Tem verdades que duram cinco minutos.
Tem vontades que passam.
Tem certezas que não são.
Ou são só de quem tem.
Do outro não.
O outro não sou eu.
Junto peça a peça os pedaços de mim que restam do dia.
Muito trabalho ontem.
Antes também.
E uma ansiedade pelas outras coisas.
Todas.
O sono está arisco.
A respiração está igual carro com gasolina batizada.
Mas a garrafa de vinho sorri para mim.



Imagem: http://foodvu.com/content/vine-less-traveled-wine-beginners

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

você
que a gente chama
quando gama
quando está com medo
e mágua
quando está com sede
e não tem água
você
só você
que a gente segue
até que acaba em cheque
ou em chamas
qualquer som
qualquer um
pode ser tua voz
teu zumzumzum
todo susto sob a forma 
de um sûbito arbusto
seixo solto
céu rovolto
pode ser teu vulto
ou tua volta

Paulo Leminski

terça-feira, 13 de outubro de 2009

12 de outubro





Hoje é dia de
Nossa Senhora da Aparecida.
Ela é Oxum.
Oxum é Rio.
Rio é Água.
Água também é Iansã.
Iansã sou eu.



Fragmento de uma prosa com Marcelo Dev, filho de Ogum e mestre dos magos de outra Santa, mas a Teresa, de um Rio. Venta Iansã que sua filha precisa voar.


Imagem: Acrílica sobre tela, 122x122cm de Marcio Melo www.marciomelo.com .

sábado, 3 de outubro de 2009

A resposta da estante


Como se procurasse um oráculo,
passei o olho na fileira de livros.
Uns meio acabados,
outros cheirando a livraria.
Parei no Leminski
para nao complicar,
para ser curta e grossa,
mas acabei dividida em

"Tres Metades"

Meio dia
um dia e meio
meio dia, meia noite
Metade desse poema
sai na fotografia,
metade, metade foi-se.

Mas eis que a terça metade
aquela que é menos dose
de matemática verdade
do que soco, tiro, ou coice,
vai e vem como coisa
de ou, de nem, ou de quase.

Como se a gente tivesse
metades que não combinam,
três partes, destempestades,
três vezes ou vezes três,
como se quase, existindo,
só nos faltasse o talvez.

Paulo Leminski


sábado, 19 de setembro de 2009

Essa coisa de voar é a maior viagem








É sempre o mesmo ritual. Nas mil filas que temos que passar, confesso para alguém desconhecido que tenho pânico de voar. A pessoa - que provavelmente também tem - diz que o número de acidentes aéreos é bem menor do que os terrestres. É engraçado, parece que realmente acredita que dizendo isso, meu medo vai passar.

Até logo, boa viagem. Agora ao lado de outro desconhecido, o momento sem volta está muito próximo. Melhor pensar em alguma coisa para distrair. Quantos aviões estão no ar naquele momento? Tem até congestionamento aéreo. Fila para sair. Fica até quente e abafado, igual no trânsito. Por quê o meu é que seria o escolhido? Acho que não. Eu nem tive aquelas premonições que dizem que toda pessoa que muda de andar tem. Tranquilo.

Aperte os cintos, cuide da bagagem, dê um sorriso amarelo ao seu vizinho como se fosse descolado e achasse que turbulência até ajuda a embalar o sono. Mas disfarce bem quando for enxugar a mão suada.

Tripulação, decolagem autorizada. Não tem mais volta. Saiu do chão...

Num milionésimo de segundo revejo a toda minha vida e concluo que sou feliz. Umas primeiras lembranças não muito hierarquizadas aparecem. Depois, outras mais óbvias. Bate uma tristeza do que podia ter sido, mas uma sensação de não importar mais. Muita saudade. Saudade de gente, de lugares, de cheiros, de comida, de arrepios, de sofrer de amor, de gozar de amor, de ser feliz, de ser triste, de cantar, de rir, de ir, de vir, de ficar, de sentir saudade.

Se posso olhar pela janela, enfrento o medo. Gosto quando tem o curso de algum rio. Principalmente se for dos grandes. Francisco, Araguaia, Paraguai. Como fazem curvas. Qual a cor. Lembro-me que eles sempre vão pro mar. Acho isso tão bonito, dá saudade de praia também. A mente rapidamente planeja alguma coisa. Se entra no meio da nuvem, perco o ar. D á vontade de puxar as famosas máscaras de oxigênio que graças a Deus até hoje nunca caíram sobre a minha cabeça. Vista liberada. Mudança de paisagem...nossa...obrigada, não tenho asas, mas posso voar!

A cada nova paisagem na memória, mais rumos pedem para ser explorados. Muda o barulho. Alerta, um mal estar. Desacelerou. Tá descendo. Até que foi rápido. Norte, sul, oeste. No leste, o outro mundo. Sai e está fazendo 44 graus. Atravessa duas fronteiras e, ao lado, brinca com neve.

Tripulação, pouso autorizado.

Aperto os cintos. Guardo as idéias. Deixo para depois o planejamento das mil coisas que inventei no espaço entre a certeza absoluta da minha morte naquele vôo e a saudade da vida que ainda quero viver. Aterrisagem completada. Respiro fundo e derreto de felicidade na poltrona, por perceber que gosto de estar com os pés bem firmes no chão. Agora, a minha alma e coraçao é melhor que fiquem mesmo nas nuvens.



sexta-feira, 28 de agosto de 2009

E.T.


Passe lá em casa dia desses
Posso fazer um café,
algum papo pra contar
peço um conselho,
dou o ouvido pra escutar
Sei que quem está sempre
de partida, está sempre
passagem, nem se preocupa
em desfazer as malas:
sempre vai seguir viagem
Então espere um pouco
Descanse e finja que lá
é seu destino final
Aí vou te mostrar
que brincar de me amar 
é bem melhor que voar
em sua nave espacial.


domingo, 28 de junho de 2009




A semana passou e nesse domingo frio o corpo parece em desarmonia com a saúde. O trabalho foi muito, as horas poucas, as contas altas, o amor eu nao sei. Algumas plantas ficaram feias, meio que fazendo uma cara de abandono.  A dona andou em falta com a unica coisa que precisa fazer por elas. Regar. Uns dizem que conversar também faz bem. Acredito. Bem para elas e bem para quem fala; nunca vai ouvir o que pensam. A jabuticabeira parece que entristeceu. Pode ser porque o Michael morreu. Ou é só o inverno mesmo. Ou porque o mundo tem gente demais. Coisa demais. Carro demais. A gente fala demais. Bebe demais. E depois, dirige a vida. Imagine o que não acontece...

Acho que é melhor dar água para as plantas agora.

Imagem: jabuticabeira.




terça-feira, 19 de maio de 2009

O porto



O porto range
suas ferragens enferrujadas
sofrendo docemente.

Sente saudade dos que foram pro mar
Ou a saudade que sente
e' a dos que disseram adeus
e ficaram no continente?

O porto range
a saudade dos amores
de toda gente.


Imagem: Porto de noronha, pena que sem audio.


Dois Irmaos





Vaguei
seguindo pegadas na areia
para achar o caminho

Uma viv'alma apareceu
roubando meu momento
de solidao

Reinventei o destino

Meu pensamento e onda do mar:
Dois Irmaos de sangue
ilhados no mesmo lugar.



Imagem: Noronha. Ilha dos Dois Irmaos do mirante da Baia dos Porcos.




Praia do Sancho




Para todos os Don Quixotes da vida.



Imagens: Noronha. Amiga e companheira Tita.




Pedido ao Deus-Sol










Que o que foi registrado
em palavras ditas e escritas
em folha de papel
assinado e pontuado
com exclamacoes e certezas
fique imovel
no tempo que nasceu.

Feito aquelas fotos antigas
que sao bonitas
porque passaram.



Imagem: Noronha. Hora do descanso do Deus-Sol com a Tita no Forte na Vila dos Remédios.



Chegada





Suite magica de flores e borboletas.

Uma parada cardiaca.

Pulsa?

Sem pulso.

E um mar de distancias

Peixe Star...




Imagens: Noronha....chegada na casa da Tita, minha suite magica e um mar de distancias.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Bom professor


Aquele que contamina o aluno com sua esperança.




Imagem: Fotografia de Stephen Kelen.





Alvo



Eles dizem não,
não se entregue tanto.
Assim têm a ilusão
de que sofrimento
se pode evitar.

Mas quem dirá
que não há sofrimento
em não viver o momento
que só uma entrega
pode criar?

O mundo sempre terá
aqueles que acham
unhas vermelhas bonitas
e outros que acham vulgar.

Então, melhor equilibrar
a paixão do esmalte vermelho,
com a paciencia da espera
do cor-de-rosa, mas
nao faço a menor idéia
aonde isso tudo vai dar.

Na verdade não importa
porque no erro ou no acerto
a gente sempre corre o risco
do amor nos encontrar.



Imagem: Flechas não atingem o lanceiro do bem. Acrílico sobre tela, Assis de Mello (coisasdochico.blogspot.com). Eu espero que algumas sim...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Imagina



Menina, o mundo ficou bom e nós estamos, finalmente, com todas aquelas sete vidas que merecemos. Que nos prometeram. Imagina que todas as luzes se acenderam e o espetáculo de viver é sempre suave e eterno. E que ninguém tem mais medo de amar e todos agora sabem que são verdadeiros os gestos, os olhares e até os beijos.

Imagina que fomos feitos assim. Para amar. E que há porque chorar. Há, porque as lágrimas respondem aos que são capazes. Aos que têm coragem. E chora-se pela beleza, pela saudade que é torta e há de ser morta. Chora-se pelas encostas da Serra que nos curvamos.

Todas as lágrimas diante a noite, todas as águas restantes do dia.

E, diante de nós, e adiante, e avante, e por todas essas coisas pra frente, fica Ela rindo. E nós não resistimos aos encantos da que nos consome e é, ao mesmo tempo, velha consumida, sorrindo larga e satisfeita para o amor que nos convida.

Imagina que já somos outros, ou ainda os mesmos... E que fomos convidados pela loucura, que nos faz bem; e ao amanhecermos incompletos, feitos de dia, adormecemos no colo, nos ombros, nos cantos da alegria de nos perder, e de nunca ter nos metido á besta de achar que somos feitos de um só tempo. Um só caminho. Uma só verdade.

Beijos, alegrias e poesias,

Djalma Gonçalves.



Imagem: foto minha e do meu querido amigo poeta em momento de boemia num certo buteco, nas encostas da Serra que nos curvamos...

sábado, 21 de março de 2009

Chão meu


Agora que já tenho meu pedaço de chão
posso chorar sem ninguém ver
escondida atrás da mata
na sombra das árvores
em silêncio

Posso trocar a saudade que sinto
pelo barulho do riozinho
que mal nasceu mas já sabe
que o seu único destino é o mar

Posso sentir o cheiro da terra
o aroma das ervas a nascer
o sol esquentando ao amanhecer
e a felicidade que ainda virá acontecer

Agora que tenho meu pedaço de chão...



Imagem: Rivaldo Barboza www.tracosetrocos.wordpress.com

domingo, 15 de março de 2009

Re-começo



É domingo a noite, sozinha, coloco os meus pés para cima, puxo as folhas cheias de escritos para o meu colo e começo a fingir que um vazio feroz nao tomou conta de mim. Penso em você por um segundo e depois me ocupo por mais outros tantos, para que eu não sinta a velha e conhecida auto crítica de me saber uma profunda idiota. Olho sua foto mais uma vez e aplaudo o personagem de o "Amor nos tempos do cólera". Mera tentativa de me justificar nesse mar de amor sem fim.

Quando não me contenho e estico os braços para você me ver lá de longe, vez você estica assunto. Vez se cala para que eu me afunde de novo na estrada infinita da distância. Perco a cor aos poucos, não para você, nem para mim. Sumo à frente desse amor que há tempos se foi, sem deixar de ir.

Questiono meu existir, minha ansiedade. Lamento meu erro tantas vezes repetido, minhas fraquezas e dúvidas. Choro sua saudade e minha vontade. Sinto-me cansada, mas vejo evolução a cada decepção. Entendo aprendizado.

Desvario amando intensa e invariavelmente. Posso até ser o abandono de alguém. Mas você continua sendo o meu. E eu despejo cada gota desse sentimento na minha preparação para o dia de amanha.

Mais uma semana começa e eu ainda penso em você.


domingo, 8 de março de 2009

Para quem gosta do silêncio


Minha boca sussurou
meu amor ao seu ouvido.

Como resposta ouviu-se apenas
o silencio.

E agora essa ausência permanece
congelada.

Enquanto isso você derrete suas lágrimas
por quem atirou o seu amor ao mar.


Imagem: autor desconhecido

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Embriaguez






De tempo em tempo
caminhos se encontram e
nossas estradas se unem
ao sabor do vento

Quem gosta da estrada
não pára de andar,
hoje está aqui, amanhã
em qualquer lugar.

Afinal, o que permanece então?
Um cheiro encaracolado,
embriagando os sentidos,
entorpecendo o coração?

Já que na direção da vida
essa embriaguez tem perdão,
até a Lei Seca da sua ausência
fiquemos bêbados de amor, em vão.




segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dialeto para uma saudade



Voce é o meu quentinho,
Braço forte me aconchega direitinho
Chega mais perto pra esquentar mais um pouquinho
meus pés que nao gostam de ficar longe dos seus, sozinhos

Toda manha me de um beijo
Mas se for cedo, meu amor, me deixe e saia de fininho
Bem humorada sou demais e posso ate sorrir de mansinho
também me encher de coisa boa pra te dar muito carinho

E nosso amor de tanta poesia terminar sempre em três pontinhos...

Imagem: autor deconhecido.

Pés de férias!


"Sujar os pés de areia pra depois lavar...na água.
Lavar os pés na água pra depois sujar...de areia."
Arnaldo Antunes



Ela estava descendo das nuvens aos poucos, porque é assim que se sente quando tira férias. Férias longas, dessas para esquecer senhas, números, muitos números – salvo as senhas do cartão, porque a parte não muito romântica da história é que tudo tem seu preço e geralmente é bem altinho.

Entrou no banho e mais uma vez pegou um arsenal para tentar limpar os pés que estavam encardidos. Encardidos de férias! Sujos de andar descalços. Sujos de pele nova misturada com pele velha da bolha que se formou na terceira noite de forró consecutivo. Pés de férias!

Tentou, tentou e nada adiantou. Os pés continuavam meio amarelados. E também tinha sujeira nos cantinhos dos dedos. Uma areinha danada que ficava escondida. Ela ficava tentando tirar a areia do cantinho. A cada tentativa entristecia um pouco e nao sabia por quê.

Saiu um grão! Vibrou, depois olhou o grãozinho de areia no pauzinho que estava usando para cutucar o pé. Suspirou. Ficou imaginando em que andanças, em quais areias seus pés se afundaram e carregaram em suas reentrâncias memórias de um tempo feliz. Um tempo feliz de férias. Deu vontade de deixar as sujeirinhas bem quietas lá no canto delas, como um culto ao andar com os pés descalços.

Isso! Um culto à olhar para o céu e saber se o dia seguinte será de sol ou de chuva. Se a maré vai encher ou vai vazar. Se o pescador vai pro mar ou vai ficar. Que fruta é a da estação. Um culto à vida simples. Às nossas origens. Esquecidas.

Ainda bem que ainda existem férias para a gente brincar de ser feliz um pouco. Porque ela, ao constatar que estava de volta a cidade, depois de mais alguns suspiros, teve a cruel constatação: precisava de um salão de beleza para que seu pé ficasse limpo e bonito de novo. E as mãos. E os cabelos. E o trabalho. E o mestrado. E a internet. E o celular. E as contas.

E tudo de novo.


Imagem: foto na beira na barra do rio Caraiva...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Barra Grande


Grandiosa!

Sua paisagem em policromia
abre os meus sentidos e
barra tudo que não é
encontro de rio com mar.

Só não barra a minha
grande, quase infinita,
sede de amar.


Imagem: fim de tarde no Bar da Rô...braço de mar. E ela desatinou...



quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Itacaré


Muita gente na rua
Cadê a areia pra pisar?
Ir à praia só de carro?
Eita saudade de andar
Ainda bem que tem
Jeribucaçu de Antônio
Rio, mata e mar também
Logo, logo, pé na estrada
Corre, corre pra Barra Grande
Pra não pensar em nada
Ainda bem.

Imagem: vista na estrada que leva/traz a Itacaré..


domingo, 11 de janeiro de 2009

Caraíva


Rio d'Oxum
Mar à vista, Iemanjá
Rua de areia fofa
Caraíva, felicidade mora lá

Encontro de águas
energia feminina
fertilidade que exala
iluminando cada esquina

Forró, Xote, Baião e Xaxado
de dia ou de noite
numa dança
um novo amor é revelado

Casas coloridas, táxi-carroça
Muqueca e pirão
Ritmo baiano, espera...
Dá até pra fazer uma canção

Os dias se vão
tudo vira lembrança
de saudade o peito se enche
e segue pela Bahia a andança

O próximo destino?
Pode ter rio, pode ter mar
pode ter sol
pode até enluarar

Só não pode deixar
o coração desavisado
bater em disparada
e desatinar...

imagem: foto do "táxi" em Caraíva. Uma feliz entrada em 2009.