sexta-feira, 27 de maio de 2011

Quase sem palavras

E lá estava parada com a mãozinha esticada, apontando para o alto, em frente a arvore. Não falava a boca e sim os olhos que miravam fixamente o pé de araçá. Perguntei o que queria. Insistiu em apontar pro alto. Dei a volta na sacada, fui até ela e me agachei para olhar também, tentando, em vão, me nivelar a ela para decifrar o mistério. Era um cacho cheio de frutos. Eu disse, Ah, a frutinha, mas está muito alto, querida... Imediatamente respondeu, Vovô!

Claro. Como eu podia ser boba assim. Quase sem palavras disse o que queria e a solução que precisava. Sábia, Olivia. Não tem nem dois anos e já economiza mal entendidos...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O meu caos

Esquento o leite para aquecer o corpo. Olho ao redor, uma bagunça. Coisas de neném com coisas de moto, contas com controles-remotos, chaves com resto de cebola cortada, roupas no chão com toalha molhada, sapato virado com cama desarrumada, remédio aberto, carrinho no meio do caminho, torneira pingando, moringa vazia, detergente acabando, fim do mês chegando, o sono me abraçando. Deito agora com a certeza de que sou muito feliz.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Muitos anos de vida







Quanto mais velho, mais bonito.
Contudo, para isso,
mesmo que vez ou outra
sejam necessárias podas e torções,
sua vida deve se resumir
a muitos cuidados e amor.


Imagem: Bonsai de Pitangueira -16 anos.