quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ciúme de você

As bochechas um pouco caídas, tal como um bulldog francês, e o olhar parado, denunciam a sua, rara, condição de seriedade. E a boca, desenhada a 0.5, com aquele detalhe no meio, fica um pouco aberta, o que faz, de vez em sempre, escorrer uma babinha. O interessante é que em vez de causar nojo, só o que faz é, automaticamente, gerar um ato de cuidado, de pegar um dos tantos paninhos que fazem parte dos apetrechos e limpar.
Uma careta, uma gracinha, esboça um sorriso e volta a ficar com a expressão séria. Será que é sono? Pode ser fome. Não, mamou há apenas duas horas. Está limpinha, então o que pode ser? Nada não. Só porque parece uma mala velha, sorrindo praticamente todos os segundos desde que acorda até dormir – e até dormindo, também sorri – não significa que as bochechas caídas são motivo de preocupação.
Até que, de repente, no meio daquela gente toda da festa junina da escolinha, ele chega. Entoa o seu grave chamamento e dois olhinhos jabuticábicos de cílios de boneca brilham. A bochecha é suspensa por um sorrisão banguelo, as pernas balançam e toda aquela seriedade, incomum, desaparece.
É... As meninas gostam mesmo dos seus papaizinhos.

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